terça-feira, 27 de outubro de 2009

Após tanto tempo, tomei a coragem de  ir até tua casa. Não são poucos quilómetros, não havia hipótese de nos cruzarmos ocasionalmente nas ruas, e o que tinha que ser feito, foi feito. Entrei e ainda dormias. Beijei-te o corpo, as costas, os ombros, acordei-te assim.
Finalmente falaste comigo. Foste sincero comigo. E sei que o foste, porque por mais que tentasses ocultar as lágrimas com a almofada, era impossível, elas escorriam dos teus olhos avermelhados. Disseste que me amavas, disseste que doía dizer adeus, disseste que não tinhas nem querias mais ninguém...mas disseste também que tinha que ser, que a nossa relação não era saudável, e que por agora nada mais havia a fazer. As mágoas foram muitas, os nossos feitios não se compatibilizaram...e sabes que mais? Concordo contigo. Eu sofria com a insegurança, tu sofrias pelo sufoco.
Mas custa, custa muito que duas pessoas que se amem tanto, tenham que se separar. No meio de tudo, ainda brincámos, ainda te vi sorrir, ainda me fizeste sorrir, ainda me tocaste uma balada na guitarra.

Sei que quando me vim embora, passaste o dia na cama, como um vegetal, coisa nada tua. Sabes, eu fiz o mesmo. Dormi 36 horas seguidas, uma espécie de cura de sono. E sonhei, sonhei com a recordação do teu olhar sobre mim...um olhar de um amor e carinho imenso.
Quando me vim embora pediste-me para ter cuidado e avisar quando chegasse. Não o fiz. Preciso de me distanciar de ti até que a dor amenize. Depois, sim, se ainda quiseres, podemos ser amigos...tu próprio admitiste que era provavel arrependeres-te de terminar comigo...uma coisa te digo: não quero nem vou querer mais ninguém. Mas isso tu não sabes, não é? E a dúvida vai consumir-te, até ao dia em que simplesmente me esqueceres, ou encontrares outra pessoa. OU até ao dia em que te arrependeres e quiseres recomeçar. E nesse dia, estarei cá?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Hoje não me venho queixar só de ti... Venho reafirmar a minha dor, a dor de não te ter neste momento em que realmente preciso de um amigo, mais do que um amigo, aquela pessoa a quem se pode contar tudo. Essa pessoa eras tu, apenas tu, e só tu. Os problemas familiares que me assolam, tu sabes bem quais são, mas não sabes os novos desenvolvimentos. Preciso de ti, agora, para desabafar. Preciso de ti, porque me chega uma pessoa saber de tudo o que se passa...não quero falar disso com mais ninguém. És tão bom amigo, porque não podes ser meu bom amigo? Que mal te fiz para me odiares tanto? Não entendo, juro que não entendo, e dói, sentir que estou a perder tudo...tudo... e nem a tua mão está lá para eu segurar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Queria mesmo era odiar-te. O dia para começar a fazê-lo está marcado dentro de mim. Será um período passageiro, o ódio como ponte para o esquecimento e o fim da dor.
Não conheço essa pessoa que está aí, dentro de ti, a manifestar-se nas tuas atitudes. Conheço-te o suficiente para saber que não és tu. Mas não tenho culpa. Se não expulsas esse ser da tua vida, não vou ser eu a arrastar-me por ele. Eu amo-te a ti, não à pessoa que estás a ser, à pessoa que está a tomar conta de ti! Dói-me tanto ver quem eu tanto amo a ser manipulado por tamanho ódio e raiva. Mas não posso fazer nada, apenas esperar...enquanto me apetece esperar. Ou melhor, enquanto consigo esperar. Pois no dia em que deixar de conseguir, em que dentro de mim deixares de valer a pena, ter-me-ás perdido para sempre.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O que terei feito eu para merecer tanto sofrimento?! Sim, já fiz sofrer muito, já abandonei alguém a chorar de joelhos por mim, mas tentei remediar isso, sendo amiga dessa pessoa um tempo mais tarde. Não se pode lutar contra o coração e há coisas que simplesmente não podemos deixar acontecer na nossa vida.

Mas eu não te fiz nada que merecesse isto. O teu silêncio queima-me a pele, rasga-me a carne, remove-me as entranhas. Que mal te fiz eu para merecer tudo isto? Ou nada? Neste momento é mais nada...de ti não tenho nada, só o desprezo e o silêncio profundo, que corta e me mata a cada segundo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Dou por mim sozinha, de novo. Não há ninguém que possa colmatar a tua falta...o teu silêncio, a tua ausência. Pergunto-me porque me manténs nesta incerteza, neste não saber. Detesto a ignorância, em todos os seus sentidos. Desejo morrer para acabar com o sofrimento, sabendo de antemão que ninguém precisa de mim... Foste a minha razão para querer lutar contra a doença. Agora já não és nada, és um ponto de interrogação, uma incógnita! Não te enganes, não vou cometer nenhum acto de loucura... mas se esta doença me levasse agora, era o melhor... estou cansada de sofrer. Cansada de chorar. Cansada de lutar.

Perdoei os teus enganos e mentiras. Porque não me perdoas o meu mau feitio e a minha insegurança?! Não sei quanto mais tempo vou aguentar esta dor. Não sei quanto mais tempo vou aguentar conviver com a verdade de não te ter.
Dóis-me demasiado.
O acordar traz sempre a tua imagem consigo, a tua ausência. Era aqui que devias estar, ao meu lado, a sonhar. Não era longe, distante de mim e de nós.
Preciso de ti.
Esta dor não passa.
Sobrevivo aos dias que vão passando. Viver, não sei já o que é. Enquanto estiver à beira deste precipício, sem saber se vou ser puxada ou empurrada, sobreviver é a única coisa que faço.

Dóis-me tanto...será que tens noção do quanto me dóis?!

sábado, 17 de outubro de 2009


O que mais custa são as manhãs.
Custa acordar e saber que mais um dia existe para enfrentar, sem ti... que terei que me levantar da cama sem te poder telefonar, sem receber um miminho teu.
Custa ter que passar mais um dia sem ti.
Dói, até às entranhas da alma.

Porque não me falas? Como pode alguém amar uma pessoa e deixá-la a sofrer assim?! Como podes deixar-me nesta dúvida... neste medo de te perder para sempre...? Não é justo, dói e magoa.

O que mais custa são as manhãs. É sempre aqui que me confronto com a realidade, aquela em que tu não estás, e pareces não querer estar.
É de manhã que mais me apetece chorar, que o meu coração fica mais apertado, que a dor me consome.
Matas-me a cada dia que passa. Matas-me todas as manhãs.